Dois anos de descaso. Você paga o preço, a Hapvida lucra.

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Hoje, 17 de setembro, o silêncio falou mais alto…
Diante das liminares que proíbem manifestações com carro de som, respeitamos a decisão da Justiça e, por isso, realizamos um ato silencioso em frente ao Hospital Eugênia Pinheiro. Um cortejo sem palavras, mas carregado de indignação. Em seguida, marchamos até a sede administrativa da Hapvida, onde finalmente ecoamos nossas vozes para que toda a população escutasse: os trabalhadores da saúde não serão silenciados.

Durante o ato, um caixão foi colocado simbolicamente com a foto do Cândido Pinheiro, provocando repercussão imediata. O setor jurídico da Rede Hapvida chegou a entrar em contato com o do Sindsaúde, afirmando que se sentiu desrespeitado. Mas o caixão não representa desrespeito a ninguém: ele simboliza a morte dos direitos, a negligência com os trabalhadores da saúde, a indiferença de quem lucra bilhões enquanto quem cuida da vida é ignorado. Se estamos incomodando, é porque estamos atingindo o ponto certo — a verdade que eles tentam esconder.

Esse é apenas mais um capítulo da longa e dura batalha contra um dos maiores impérios milionários da saúde privada.

Foram dois anos de luta. Dois anos em que o Sindsaúde Ceará protocolou minutas, apresentou propostas, buscou diálogo, participou de audiências e organizou mobilizações. Dois anos em que cada tentativa de negociar um reajuste digno para os trabalhadores foi engolida pelo desprezo de uma empresa que lucra bilhões, mas se nega a reconhecer o valor de todos os que mantêm vivo o atendimento aos clientes.

Em 2024, a Hapvida mostrou sua face mais cínica: ofereceu apenas 3,23% de reajuste, tentou parcelar o piso da enfermagem em três anos e ainda acionou a Justiça para calar as manifestações.

O saldo? Nenhum avanço. Nenhum respeito.

Em 2025, a história se repete. A empresa comparece às audiências apenas por “cortesia”, permanece muda diante das minutas protocoladas e continua expandindo seu império: comprando hospitais, patrocinando clubes, estampando sua marca em grandes eventos. Enquanto isso, a base que sustenta seu lucro permanece invisível, precarizada, desrespeitada.

Mas hoje, mostramos que não vão nos calar. Porque quando os trabalhadores da saúde são desvalorizados, a vida que você confia a eles também está em risco.


A luta irá continuar. O caixão incomodou? Ótimo. Enquanto a Rede Hapvida se recusar a abrir um canal de negociação real e apresentar uma proposta que realmente valorize os trabalhadores da saúdemanteremos a mobilização. E se não houver negociação… o caixão vai dobrar.