Quase Um Ano de Luta: SindSaúde Enfrenta Resistência Patronal Do Setor Privado na Batalha por Reajuste Digno e a implantação do piso da enfermagem

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Há quase um ano, os trabalhadores da rede privada de saúde esperam por um reajuste salarial justo, mas enfrentam a intransigência dos patrões. De um lado, o SindSaúde, incansável na defesa dos direitos da categoria; do outro, um patronato que ignora as reivindicações daqueles que sustentam o sistema de saúde com seu trabalho árduo.

A jornada começou em 30 de novembro de 2023, quando o SindSaúde apresentou a proposta da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para 2024. Desde então, a mobilização dos trabalhadores tem sido intensa. De sol a sol, debaixo de chuva ou calor, eles tomaram as ruas e protestaram em frente aos hospitais, exigindo respeito e valorização.

No entanto, em 19 de dezembro, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) causou um grande retrocesso. A determinação de que o piso da enfermagem fosse regionalizado, proporcionalizado e que a remuneração global fosse negociada na convenção coletiva trouxe enormes dificuldades à categoria. Esse golpe judicial abalou as conquistas históricas da enfermagem, impondo barreiras que dificultaram ainda mais a luta por um salário digno.

Mesmo assim, no dia 8 de janeiro de 2024, o SindSaúde lançou a campanha salarial. Mas as respostas dos patrões foram marcadas pelo silêncio e pela manipulação. Eles apresentaram propostas de reajustes que variavam entre 3% e 12%, mas, na prática, aplicando os critérios impostos pelo STF, os trabalhadores estavam longe de receber um salário justo e ainda mais distantes do piso estabelecido em lei.

Os trabalhadores reagiram. Em assembleias realizadas nos dias 17 e 24 de abril, as propostas patronais foram veementemente rejeitadas. Desde então, o SindSaúde participou de várias reuniões de negociação, de 18 de junho até 6 de setembro. No entanto, a resposta dos patrões permaneceu a mesma: desrespeito e propostas indignas.

Entre abril e julho, a mobilização nas ruas se intensificou. A categoria realizou a Carreata da Enfermagem em abril, o Seminário Nacional da Enfermagem em maio e a Caminhada da Enfermagem em junho. Apesar da força e da unidade dos trabalhadores, o patronato continuou oferecendo migalhas, sem reconhecer a real importância daqueles que garantem o funcionamento do sistema de saúde.

Além disso, a luta não tem sido fácil. Ataques judiciais direcionados ao SindSaúde tentaram enfraquecer a resistência e impedir manifestações em frente às unidades hospitalares. Mesmo diante dessas adversidades, o sindicato e os trabalhadores se mantêm firmes.

Em setembro, uma nova contraproposta foi enviada pelo SindSaúde. A próxima reunião com os patrões está agendada para o dia 22 de outubro. A esperança é que, desta vez, os empregadores reconheçam a importância dos seus trabalhadores e tragam à mesa de negociações uma proposta que valorize a categoria de forma justa e digna.

A luta continua, e os trabalhadores não aceitarão nada menos que respeito, dignidade e um salário à altura do serviço essencial que prestam à sociedade. O SindSaúde segue na defesa da categoria, sempre pronto para enfrentar as batalhas que forem necessárias para garantir os direitos de quem sustenta a saúde privada.